domingo, 25 de julho de 2010

-One night-

Depois de dar um tapa no rosto de Vladi e acabar com aquela palhaçada fui pro meu quarto e ao deitar na cama não consegui tirar aquela cena da minha cabeça, ela ficava se repetindo. O jeito como ele abrio meu sobretudo sem que eu sequer notasse a acariciou meu corpo por cima da camisola, a pressão que seus lábios faziam nos meus, as sensações que seu corpo quente causavam no meu e o suspiro que ele conseguiu me arrancar. Ele era um idiota e eu mais ainda por tê-lo deixado me tocar desta forma. Duas vezes!Quando finalmente consegui dormir sua imagem me perseguiu nos sonhos...

"Eu estava com Armand em uma floresta, nós corríamos e brincávamos, como aqueles casais felizes em filmes, a única diferença é que estava bastante escuro e nevava, mas isso pouco importava para nós. Ele e eu nos beijávamos constantemente. Der repente ele segurou minhas mão e disse que eu teria que encontrá-lo, depois disso saiu correndo e desapareceu entre as árvores. Eu parti logo atrás dele, procurando-o e chamando-o. Vi um vulto entre as árvores e o segui pensando ser Armand, mas quando o vulto finalmente saiu das sombras, era Vladi. Ele aproximou-se e eu o beijei sorrindo, no meio de nosso beijo 'apaixonado' Armand aparece. Ele nos separa e os dois começam a brigar."


Acordei encharcada de suor. Isso nunca irá acontecer! Era madrugada e eu podia ouvir os lobos do lado de fora, mais uma vez vesti meu sobretudo e sai. Deixei o castelo e entrei na floresta indo na direção dos urros. Quando me aproximei vi uma enorme fogueira e eles estavam em volta, alguns na forma humana, rindo e bebendo, mas a maioria como lobos. Alguns pareciam adomercidos e outros "brincavam" de luta. Me distrai observando-os, até que o lobo branco notou minha presença e veio até mim seguido de um negro e outro marrom escuro.

-Oi. -Disse saindo de meu esconderijo. Ele pareceu estudar-me de cima a baixo, parecia estar querendo falar alguma coisa pra mim. -Eu não entendo língua de lobos. -Disse sinica, ele pareceu revirar os olhos e ficou na forma humana.
-O que faz aqui? -Perguntou.
-Só estava passeando, não consigo dormir. Algum problema se eu ficar?
-Não. Er... Vem. -Disse ele guiando-me para perto da fogueira, enquanto os lobos me observavam, ainda um pouco receosos.

Depois de algumas risadas perto da fogueira, Vladi chega acabando com a minha festa. Fui até ele.
-O que você faz aqui?! -Disse entre dentes, tentando fazer com que ele fosse embora.
-Você quer esquecer o que aconteceu?! Esquecemos. Pronto esquecido! Mas ainda temos um acordo, cujo qual você tem que cumprir. Só vim avisar que seu tempo está acabando. Dou-lhe uma semana para me trazer a cabeça de Armand. E não teste minha paciência, Lane. -Disse ele sumindo na escuridão. O que deu no Vladi?! Não acredito que ele veio até o meio da floresta com toda essa fúria pra me cobrar a cabeça de Armand. O que eu poderia fazer agora? Eu tenho que bolar um plano.

"O momento mais forte do amor, é quando sabemos que ele precisa morrer, mas não temos força para matá-lo."

quinta-feira, 22 de julho de 2010

-Pietro, o menino lobo-

Depois do banho tomado, a barriga cheia e as roupas limpas desci até a sala onde se encontravam Armand e os outros. Eles estavam sentados. Como sempre meu irmão estava com o rosto pensativo bebendo vinho junto Vladi e Armand encarava a noite pela janela fechada, este ao notar minha presença voltou-se pra mim sorrindo. Sorri de volta e me aproximei.
-Então. Iam me contar uma historia. -Disse e sentei-me no sofá. Armand encostou-se na parede e começou a contar.

"A muitos séculos atrás, quando os clãs ainda lutavam entre si para decidir com quem ficava o controle da França um grupo de lobos veio reivindicar sua terra, que correspondia ao que hoje é a propriedade de Sanji, então para evitar mais uma disputa os vampiros fizeram um trato com os lobos. Em troca de sua lealdade os vampiros defenderiam o território dos lobos e permitiriam que eles continuassem com sua cultura. É óbvio que os lobos não aceitariam tal trato tão facilmente, mas após ver a força dos vampiros em batalha eles perceberam que era melhor ter essa espécie como aliados e não inimigos. O acordo foi selado e os lobos passaram a respeitar os vampiros e puderam ficar com sua terra. Para evitar uma revolta um representante dos vampiros é nomeado de tempos em tempos para tomar conta da propriedade e dos lobos. E assim é desde que eu me lembro."

-Então os lobos são meio que subordinados dos vampiros desde o inicio da Nova Era. Certo? -Perguntei.
-É. -Respondeu Vladi antes que Armand pudesse se defender. Não respondi nada, apenas olhei para a noite do lado de fora. Estávamos no inicio do inverno, provavelmente logo começaria a nevar. Levantei-me.
-Se não se importam eu preciso dormir um pouco. -Disse despedindo-me de meu irmão e Armand com um beijo.
-E eu? -Perguntou Vladi. Apenas olhei pra ele, revirei os olhos e sai.

Eu estava cansada, mas não conseguia dormir. Fiquei me mexendo na cama constantemente, até que decidi levantar e ir beber alguma coisa. Vesti um sobretudo e desci as escadas. Já devia passar da meia noite, Amand e Vladi provavelmente haviam ido para suas casas e meu irmão estaria dormindo, ou em algum lugar. Fui até a cozinha, peguei um copo d'agua e da sala fiquei olhando a neve branca cair. Eu sabia que ia nevar. Dois braços fortes abraçaram-me pela cintura, sorri. Então Armand não tinha ido embora. Encostei minha cabeça em seu peito.

-Pensei que tivesse ido embora. -Disse baixinho.
-Queria ficar mais um pouco com você. -Sussurrou Vladi em meu ouvido. Vladi?! Virei-me depressa e joguei o resto da agua no rosto dele.
-Seu imbecil! -Disse me afastando, mas ele me segurou pelo pulso e me puxou pra ele. -Me solta!
-Não.
-Me solta agora! -disse tentando empurra-lo. -Vladi, me solta.
-Não. -Mais uma vez ele me beijou. e mais uma vez eu deixei. Seus braços me envolveram pela cintura mantendo nossos corpos colados e quando ele se afastou, meus braços envolveram seu pescoço puxando-o para mais um beijo.
"Mais um beijo pode ser a melhor coisa, porem também pode ser a pior escolha."

quarta-feira, 21 de julho de 2010

-Romance-

Enquanto nosso beijo se aprofundava, suas mãos que antes me prendiam, agora emaranhavam-se em meus cabelos, e por simples instinto as minhas também prendiam-se aos dele. Suas mãos começaram a deslizar por meu corpo afastando-me do chão e aprofundando o beijo. Eu não sabia o que estava fazendo, mas naquele momento não importava. Seu beijo me tirava o fôlego e eu sequer me importava. Só não queria perder o calor de seu corpo e o carinho de suas mãos, que ao tocar minha pele produziam pequenos arrepios. Era uma sensação deliciosa a de se sentir amada. Vladimir estava me preenchendo por completo. Foi então que notei algo errado. Eu estava rolando na grama com Vladimir e não era em uma luta. Aproveitei que estava por cima e me levante depressa ajeitando meu vestido.

-Juro que se me tocar de novo mato você! -Disse e fui andando furiosa e meio tonta em direção a floresta.
-Espera ai! O que aconteceu?! Pra onde você vai?! Espera! -Gritava ele ainda sentado no chão.
-Não me siga! -Gritei de volta e adentrei rapidamente a floresta, mesmo tendo passado pouco tempo desde o meio dia no meio da mata estava escuro o suficiente para eu quase tropeçar nas raizes.

"Merda! O que eu estava pensando?! Beijar o Vladimir?! Eu amo o Armand, não amo?! Então porque eu estava gostando tanto das caricias do Vladi? Como pude me deixar levar dessa forma?! Merda! Merda! Merda!"

Andei pela floresta por bastante tempo sem sequer perceber pra onde ia. Perdida em meus próprios pensamentos. Quando finalmente me dei conta do tempo, já estava no por do Sol e eu não sabia onde estava, por quanto tempo ou o quanto, a única coisa que eu sabia era que a minha volta só tinham árvores, sobre mim o céu estava passando do vermelho por-do-Sol para o azul escuro da noite e eu não via o castelo em lugar algum.

-Otimo. -Sentei-me em uma pedra lisa e passei as mãos por meu cabelo tirando algumas folhas que haviam ficado presas. Olhei para minhas mãos enquanto acariciava meu vestido. -Preciso dar um jeito de voltar antes que o Armand chegue e Vladimir fale alguma besteira. Isso. Sem provas ou testemunhas não há crime, certo? O Armand não pode saber o que houve entre mim e o Vladi, isso não vai voltar a acontecer e se o Vladi falar alguma coisa eu mato ele! Otimo está decidido! -Levantei-me de um pulo. -Só falta uma coisa... Pra onde eu vou?! -Fechei os olhos. Sou uma assassina, não uma criança. Só tenho que ouvir meus instintos e segui-los. Isso. Calma... Eu vou... Pela direita.

Segui pelo caminho que tinha escolhido. O tempo passava, eu andava e o castelo não aparecia. A Lua já estava alta no céu quando parei e encostei no tronco de uma árvore. Eu estava tão cansada e tão faminta... Enquanto eu me lamentava pela idiotice de ter me perdido na floresta ouvi um lobo. Era só o que faltava! Desencostei-me e continuei a andar, conforme eu andava os urros dos lobos aproximavam-se e isso já estava começando a me angustiar. Depois de um tempo comecei a me sentir observada. Eles chegaram e pareciam mais famintos que eu. Azar o deles, não era um bom dia, ou boa noite, pra me enfrentar.

-Venham peludinhos... Venham. -Disse baixo parando de caminhar. Eles me cercavam andando lentamente e eu me preparei para o primeiro ataque. O macho alfa veio atacar-me com seus dentes a mostra, era o maior lobo que eu já tenha visto, não que eu tenha visto muitos. Rapidamente puxei minha adaga e golpeei-o no lado, arremessando-o para uma árvore. Outros dois vieram e mais uma vez ataquei-os e consegui desviar de seu ataque. Dois deles vieram pelos lado e o lobo branco, o alfa, pela frente. Eu obviamente não conseguiria defender-me a tempo.
-Parem! -Instantaneamente os lobos pararam o ataque. Armand, Vladimir e Sanji saíram do meio das árvores. -Mais o que você pensa que está fazendo?! Comeu comida estragada foi?! Seu idiota! -Gritou Vladi pro lobo.
-Por que ele está discutindo com um lobo? -Perguntei sem entender nada.
-Viu agora ela acha que eu sou louco! Mostrem logo suas formas! -Os lobos não obedeceram, então Armand fez um sinal positivo com a cabeça e ali bem diante de meus olhos os lobos criaram, pernas, braços, polegares e tudo mais que tem direito. Todos ele vestiam uma calça preta meio surrada e grudada ao corpo. O líder deles tinha os cabelos loiro-dourado, muito brilhante e os olhos azuis mais parecidos com diamantes. Ele fez careta ao perceber que eu o olhava.

-De quem foi a ideia de mandar os lobos caça-la mesmo?! -Perguntou Sanji puxando-me pelo pulso.
-Culpado. -Disse Armand com um meio sorriso. -Mas em minha defesa. Era para eles rastrearem-na, não tentar matá-la. -Disse dirigindo um olhar zangado ao lider dos lobos.
-Tente ser mais especifico da próxima vez, vossa alteza. -Disse o líder dos lobos com desprezo. -Se não se importam, nós já vamos. -Disse ele sumindo com seus companheiros na floresta.
-Alguém pode me explicar isso? -Disse olhando para os homens a minha volta.
-No castelo. Depois que você se alimentar. -Disse Armand.
-E tomar um banho. -Completou Sanji. Revirei os olhos e segui-os. Mesmo abraçada com Armand, durante todo o percurso não consegui tirar os olhos de Vladi, ou apagar aquele beijo de minha memoria.
"Estou perdida entre o amor e o ódio. Já não consigo sequer diferenciar sentimentos. Poderei eu controlar o coração?"

-Uma nova historia-

Acordei mais ou menos as 10, ainda na casa de meu irmão. Minha cabeça doía por algum motivo. Levantei-me e vesti-me. Andei lentamente, memorizando cada pedaço da casa. Do lado de fora eu podia ver a floresta que cercava o castelo, de tão próxima que estava da propriedade, alguns galhos de árvores roçavam nas janelas. Finalmente cheguei a uma sala ampla onde estava Sanji e para minha surpresa, sentado no sofá estava Vladimir.

-O que faz aqui? -Disse indo em sua direção.
-Seu irmão pediu que eu viesse buscá-la.
-Onde ele está? -Vladimir não respondeu. Apenas deu um suspiro e pousando o copo que segurava, levantou-se.
-Não tenho o dia todo, então vamos.
-Não quero. Vou esperar meu irmão aparecer, ou Armand.
-Eles não vão chegar até o anoitecer. Então... Vamos! -Ele tentou segurar-me pelo braço,mas desvencilhei-me.
-Eu espero. -Disse sentando-me no sofá. Ele olhou-me e bufando saiu da sala. Depois de quase uma hora sentada lá, decidi sair.

-Já disse pra desmarcar! -Silencio. -Não eu não posso ir! Mande meu pai. Até! -Era Vladimir quem discutia ao telefone. Na falta de companhia melhor, ele serviria.
-Desmarcando seus compromissos por minha causa? Não sabia que eu era tão importante pra você. -Disse encostando-me na porta entreaberta e cruzando os braços.
-Está andando muito com a Kara, está tornando-se ironica. -Apenas sorri sinica.
-Por que exatamente vai ficar?
-Digamos que tenho uma divida com seu irmão e a maneira de eu pagar é ficando de olho em você.
-O que pode me acontecer dentro da casa dele?! Passei semanas em um clã de vampiros. Não é em algumas horas no castelo do meu irmão que vou acabar morta.
-Talvez. -Bufei e olhei pela janela. O vento ainda não havia parado. Foi ai que me ocorreu uma ideia pra irritar Vladi.
-E além do mais como você poderia me defender? Nunca o vi lutar, pelo menos não pra valer. -Ele sorriu.
-Então talvez eu deva mostrar-lhe. Vamos? -Disse ele mostrando a porta. Sorri e passei por ele indo até o pátio deserto.

Quando notei que ele havia saído da casa parti para atacá-lo sem avisar. Ele defendeu todas as minhas investidas.
-Minha vez. -Disse ele vindo atacar-me, desviei e tentei um contra ataque, mas ele já esperava por isso. -Te peguei. -Disse sorrindo quando me pegou pela cintura e girando prendeu-me ao chão ficando por cima de mim.
-De que está rindo?! -Disse irritada tentando soltar-me pra sair dali.
-Nada. E assim está tão bom. Pare de tentar soltar-se. -Parei e olhei-o.
-O que está fazendo?
-Como se não soubesse. -Respondeu em um sussurro e beijou-me ternamente.

“Anjo cintilante, eu acreditei que você era meu salvador quando eu mais precisava”

quinta-feira, 1 de julho de 2010

-Em pratos Limpos-

Depois de um longo suspiro ele olhou-me oferecendo uma cadeira:

-Já está na hora de dizer-lhe a verdade, não é?
-Sim. Por favor. -Ele sorriu levemente e pousou seu olhar novamente sobre a Lua. Contou sua historia desde o inicio e eu ouvi atenta todo o desenrolar da ladainha, desde todo sua insatisfação com nosso estilo de vida até a última de suas recusas a proposta profana do homem de capa negra. Porem depois disso seu olhar pareceu mais distante, como se ele estivesse revivendo cada momento doloroso daquele fatídico dia.

- Era bem cedo quando sai para treinar aquela manhã. Alonguei-me como de costume e quando ia começar ela apareceu, linda como uma miragem, pele branca em couro negro. Ela olhou-me de cima a baixo e sorriu um tanto sinica. "Prepare-se" disse ela. "Para que devo preparar-me?" Perguntei meio tonto. Ela apenas continuou sorrindo quando atacou-me, não consegui conter seu ataque e parei caído no chão, com sua adaga em meu pescoço. "Achei que um jovem tão nobre ofereceria um desafio maior. Será que me enganei, Arashi?" Disse debruçando-se completamente sobre mim. "Posso fazer bem melhor que isso." Respondi girando e tentando prende-la em vão. Nossa luta mais parecia uma brincadeira, corríamos um atrás do outro e derrubavamo-nos no chão, assim permanecemos até que meu pai apareceu. "O que significa isso?!" Berrou ao nos ver. Sorri "Pai, essa é... Qual seu nome mesmo?" Disse ainda rindo, porem a postura dela tinha mudado. "Não se atreva a chegar perto dele! Conheço bem esta bruxa! Saia daqui. Agora." Disse ele sacando a espada. Pus-me a sua frente, também empunhando minha espada "Como ousa?!"Esbravejou. "Deixe. Vou ficar bem." Disse ela retirando-se. "Como ousa estar as voltas com alguém como essa bruxa, e ainda por cima defendê-la contra seu próprio pai?!"Disse ele atónito. "Ela é só uma garota e vou defende-la!" Respondi. Ele acertou-me na face. "Nunca mais ouse defende-la!". Olhei-o sinico e cuspi no chão. "Ou?!". Ele segurou-me pela gola da camisa e jogou-me numa árvore prendendo-me na mesma logo após. "Ou darei-lhe uma lição que nunca esquecerá!" Dito isso ele saiu.
Fui procurá-la depois disto. Quando a encontrei já era quase fim do dia, desculpei-me pelo meu pai e conversamos. Com ela consegui me abrir. Falei sobre todas as minhas frustrações, todos os problemas, não escondi nada, mas no final foi ela quem me surpreendeu. Lembro de suas palavras como se estas estivessem sendo sussurradas em meus ouvidos. "Quando sinto-me assim, queixo-me a Lua, ela sempre foi minha conselheira fiel. Tão distante e brilhante. Sempre em paz consigo mesma, a Lua nunca parece ter problemas, e guarda segredos como ninguém. Muitos se confessam a ela esperando uma resposta que nunca vem, e esse é o maior erro. A Lua é uma ouvinte, seus conselhos são os sussurros silenciosos do vento. E além do mais, mesmo que você não diga a ela. Ela sabe de todos os seus segredos sujos. Ela foi a testemunha todas a vezes que manchei de vermelho as ruas ao luar. Ela chorou quanto fiz poças de sangue nas ruas e ela iluminou meu caminho de volta. Mate sob a Lua e deixe que ela guie-o de volta pra mim." Depois disto as palavras não eram mais necessárias, em silencio me confessei ao luar. Ao voltar pra casa, parei na colina, observei a Lua e chamei-o. Finalmente aceitaria a proposta de Soujirou Takamoyo. Depois disso três meses se passaram, eu e Kara treinávamos na floresta e ao anoitecer Takamoyo vinha instruir-me, afastei-me cada vez mais da família, minhas discussões com meu pai eram cada vez mais frequentes e as conversas com a mãe quase escassas, até que chegou o dia. Não duvidei por um minuto sequer, naquela noite entreguei-me completamente ao luar. Eu não era mais eu, era apenas um assassino. Eu era a morte em forma humana. Matei-os sem sequer falar, sem pensar, sem ver. Apenas manejei a espada e fui embora deixando a casa arder.
Era essa a historia que almejava ouvir, Lane? -Olhei-o, meus olhos nublados por lágrimas que me negava a deixar escapar.

-Kara e Takamoyo. E você. Principalmente você. Vocês foram os responsáveis pela morte de nossos pais! Você! Como pôde?! Eram a sua família também.
-Não! Eles eram a sua família! Nunca foram família pra mim! Kara e Takamoyo foram meus protetores!
-A é?! E onde eles estavam depois que você matou nossos pais?! Takamoyo mando-o para a França isolado e sozinho nesta floresta enquanto dominava o Japão e jogava comigo como seu eu fosse uma peça de xadrez! E Kara! Quem diabos sabe onde ela andou por todo esse tempo! -Gritei levantando-me. Ele também levantou-se.
-Você não consegue entender não é? Minha intenção não foi destruir sua vida, não era nem para ter ficado viva, mas se alguém se salvou estou contente que tenha sido você. Takamoyo cuidou de você e de mim. Ele foi mais pai do que Shirio Arashi poderia um dia ter sonhado em ser.
-Como consegue viver sabendo que matou sua própria família?
-Como consegue viver sabendo que dizimou muitas outras famílias?-Sentei-me estática. Ele estava certo. Nunca senti remorso e nem poderia, não os conhecia, não eram nada pra mim. Nossa família era a mesma coisa pra ele. Desconhecidos, não, pior, Eram um estorvo.
"Sem remorso porque eu ainda me lembro, do sorriso quando você me rasgou em pedaços”