quinta-feira, 7 de julho de 2011

-A Despedida-

Vaguei pela floresta um pouco perdida por algum tempo, até ouvir a discussão entre Kara e Armand segui até lá tomando cuidado para não ser ouvida, tentando manter meu coração em um ritmo baixo. aproximei-me apenas o suficiente para ouvi-los, podia ver apenas seus rostos de relance no meio das árvores.

-Pensei que sua intenção fosse me matar!
-Armand, querido. Se eu quisesse matá-lo estaria morto.
-Eu cansei dos seus malditos jogos! Diga o que quer! Diga Kara! -Pude ver a fúria nos olhos vermelhos de Armand enquanto a segurava pelos braços, Kara pelo contrario parecia triste, se é que isso era possível.
-Eu quero você, Armand... -Susurrou ela fazendo-o recuar e dar-lhe as costas.
-Não brinque comigo.
-Você sempre foi o que eu quis...
-Então porque não ficou comigo? Devíamos ter nos casado, lembra? Mas você preferiu fugir e matar meu pai!
-Armand, eu não... Esqueça! -Foi a vez dela virar-se de costas.
-Me conte Kara. Me conte o porquê. -Vi quando ela abraçou o próprio corpo de olhos fechados, ele aproximou-se cauteloso e tentou tocar-lhe o ombro fazendo-a se afastar e olha-lo.
-Não.
-Só quero saber o que houve. Se sempre me desejou tanto por que fez o que fez?
-Porque eu precisava! Você não entende, Armand. Não pode entender, nunca viu as coisas que eu vi, não sabe as coisas que eu sei.
-Então conte, explique-me!
-Isso não vai levar a lugar algum. Agora já não importa mais.
-Kara...
-Você me ama, Armand? -Perguntou ela surpreendendo a nós dois. Confusão passou pelos olhos de Armand, ele não sabia o que responder.
-Você é minha irmã, Kara...
-Você a ama, não é? Lane.
-Sim.
-Deveria deixa-la ir então... Se ela continuar aqui acabará morta. -Dito isso ela desapareceu deixando Armand sozinho. 

Ele sentou-se em uma raiz e escondeu o rosto nas mãos. Fui me afastar para dar a ele privacidade e acabei pisando em umas folhas fazendo barulho.
-Quem está ai?! -Rosnou Armand. Sai de trás das árvores olhando em seus olhos vermelhos que assim que me viram voltaram ao azul normal. Olhamo-nos por alguns segundos e ele aproximou-se abrindo os braços para me receber, fui até ele e assim que senti seu corpo tão junto ao meu não pude mais segurar as lágrimas. Eu tinha que ir embora. Era a única solução, ele acabaria morto se eu não fosse.
-Sinto muito. -Sussurrei.
-A culpa não é sua. Eu sou o vampiro mau que bebeu seu sangue, lembra? -Disse ele tentando fazer-me sorrir. Dei a ele um pequeno sorriso e beijei-o.

Coloquei todos os meus sentimentos naquele beijo e ele correspondeu na mesma intensidade. Meus braços envolveram seu pescoço e minhas mãos agarraram seus cabelos enquanto ele me levantava, usei minhas pernas pra prender-me a ele, minhas unhas arranharam sua nuca enquanto ele me apertava com força contra seu corpo forte, as roupas eram a única coisa que impediam um contado maior então rapidamente me livrei da camisa dele e admirei seu físico forte, os músculos eram definidos, a pele lisa e macia, uma pequena cicatriz marcava seu peito do lado esquerdo, acompanhei a marca com o dedo, mas ele logo exigiu minha atenção beijando-me de novo. Armand deitou-me cuidadosamente na grama ficando por cima de mim e sem deixar meus lábios por um momento sequer ele arrancou minha blusa e logo estávamos completamente nus no meio da selva. Seus beijos se tornavam mais urgentes, ele me tocava e explorava cada parte do meu corpo enquanto eu me deliciava com a sensação que seu toque despertava em mim, ele beijava meu pescoço enquanto eu cravava minhas unhas em suas costas. Gemendo por ele, suspirando por ele, querendo mais, mais, mais! Ele voltou a beijar minha boca, mordendo o labio inferior para provar meu sangue. O prazer só fez aumentar. E foi então que eu descobri que não importava em que parte do mundo eu estivesse eu sempre seria dele e ele sempre seria meu.

Naquela noite eu parti sem olhar pra trás. Sem me despedir. E deixei naquela cidade um pedaço de minha alma.
"Não diga adeus. Porque dizer adeus significa ir embora e ir embora
significa esquecer". (Peter Pan)

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