quinta-feira, 7 de julho de 2011

-Historia antiga-

Sentei-me devagar e sequei o sangue da boca, ajeitei o cabelo e a roupa e esperei minha visão voltar ao normal. Os vampiros já tinham ido e Vladimir puxará uma das cadeiras
-Por que? Por que não me contou, Kara? -Perguntou Armand ainda chorando ao meu lado.
-Porque você não acreditaria... Porque não me deixou contar. -Respondi girando o pescoço tentando me manter fria.
-Já chega disso! Me conte o que aconteceu! -Gritou ele segurando-me pelos ombros.
-Vá com calma, Armand. -Falou Vladimir. Soltei meu braço e levantei, comecei a andar até as taças e me servi de um pouco de sangue. Respirei fundo e olhei pra Armand finalmente.
-Se quer realmente saber, vou te contar o que aconteceu naquela noite, mas antes recomponha-se, Não aguento olhá-lo nesse estado lastimável. -Disse torcendo o nariz pra ele. Em um segundo ele estava de pé ao meu lado e teria voltado a me atacar se Vladimir não ficasse no caminho. Armand bufou e saiu. Suspirei.
-Se estava querendo morrer ficaria feliz em ajudar, não precisava fazer todo esse teatro. -Falou Vladimir.
-Por que se meteu? -Falei pousando a taça com força desnecessária.
-Porque você teria morrido se eu não chegasse.
-Isso não é problema seu.
-Podemos começar. -Disse Armand entrando na sala emburrado e sentando-se. Respirei fundo e puxei uma
cadeira pra mim.

"Eu cheguei na mansão naquela noite pra tentar mais uma vez fazer Lafayete mudar de ideia. Eu tinha que convencê-lo que você era jovem demais. Eu não poderia cuidar de você pra sempre. Ele precisava entender isso. Eu entrei na mansão decidida. Estava marchando pro escritório dele quando ouvi um barulho no saguão então fui naquela direção. Quando abri a porta do saguão vi-o lutando com mais cinco homens e dois já estavam no chão, todos estavam bastante feridos, mas eles estavam em vantagem e acertaram Lafayete mandando-o direto para a vidraça, eu o segurei antes que ele saísse voando e o coloquei no chão.
-Quem são vocês? -Perguntei. Eles não responderam. -Não importa. Vão pagar por mexer com os Lafayete!
Eu lutei com eles, já estavam cansados, não iam perder a vida se já tinham cumprido a missão, então pegaram os companheiros e fugiram, então fui até Lafayete. Ele já estava quase morto quando me aproximei.
-Lafayete! Beba! Beba meu sangue. -Disse cortando o pulso, mas ele não aceitou, segurou me braço e negou com a cabeça.
-Kara... Meu tempo já acabou...
-Não, mon seigneur...
-Escute, querida... Cuide dele... Por favor... Cuide dele... Prometa.
-Eu prometo. -Depois de me ouvir prometer ele sorriu e morreu. Você entrou logo depois. Não tive tempo de fazer nada, você não me deixou explicar. Achei melhor deixar você tirar suas próprias conclusões e cuidar de você de longe. Queria ver se podia guiar esse clã e quando não pudesse eu te ajudaria sem exatamente me meter..."

-Já contei tudo o que sei. Felizes? -Perguntei encarando-os. Vladimir não disse nada, Armand levantou-se lentamente e veio até mim, preparei-me para lutar, mas ele me abraçou. Só lembrava dele ter feito isso duas vezes. Uma quando ele era muito pequeno e estava com medo e eu disse que iria protege-lo e ele podia confiar em mim, ele me abraçou chorando e outra quando descobriu que meus pais haviam morrido, e agora repetia o gesto, seus braços envolvendo-me e acolhendo-me.
-Sinto muito. -Sussurrou ele no meu ouvido. Fechei os olhos e me deixei envolver.
-Preciso ir, Armand... -Disse soltando-me dele.
-Como assim? Ainda a muito que podemos falar, Kara. Não precisa mais fazer isso. Pode ficar aqui. É parte dessa família. -Sorri e acariciei o rosto do meu doce Armand.
-Vai ficar tudo bem. Você finalmente cresceu... -Dito isso sorri e corri dali o mais rápido que pude evitando que me seguissem.

Corri por Paris, cacei, adiei o momento de contar a Henry o que acontecera... Depois de estar totalmente saciada fui pro castelo, já estava quase na hora do nascer do Sol então eu poderia encerrar qualquer discussão que se iniciasse com a desculpa de que precisava dormir e eu realmente precisava, estava cansada pela transferencia de sangue e a luta com Armand, também não dormia a alguns dias... Henry estava na sala quando eu cheguei, ele falava com Pietro, mas o assunto acabou misteriosamente assim que cheguei.

-Estou atrapalhando? -Perguntei.
-Não. Pietro e eu já terminamos. Certo, Pietro?
-Oui monsieur. -Respondeu ele ríspido e saiu emburrado.
-O que houve? -Perguntei sentando ao lado de Henry no sofá e acariciando seus cabelos.
-Os lobos não estam felizes. Não se preocupe... Como foi com Armand? -Perguntou encarando-me, parei de mexer em seu cabelo sem saber como responder.
-Contei pra ele quem matou Lafayete. Nós... Fizemos as pazes. -Falei ocultando a parte em que ele quase me matou.
-Que bom. -Respondeu simplesmente. -O Sol vai nascer em breve. Quer que eu vá com você? -Ele respondeu mexendo em uma mecha do meu cabelo. Sorri enquanto ele beijava meu pescoço.
-Adoraria sua companhia, mas sei que tem assuntos a tratar.
-Nada que seja tão importante quanto você. -Sorri enquanto ele mordia de leve meu pescoço, enrolei meus dedos em seu cabelo loiro e puxei-o pra cima de mim tomando-lhe a boca.
-Então acho que terei companhia. -Respondi beijando-o.
"O mais perigoso veneno é aquele que mata de forma doce e suave,
e não aquele que não deixa vestígios."

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