quinta-feira, 7 de julho de 2011

-A solução perfeita-

Pietro veio até mim quando não voltei para perto do fogo.
-Se continuar ai vai congelar, e se congelar monsieur Lafayete vai me matar. -Disse sorrindo. -Vem volte pra perto do fogo.
-Não obrigado. Já está tarde, o Sol logo nascerá. É melhor que eu volte. Até mais. -Disse rápido, saindo pela floresta sozinha. E a passos lentos cheguei ao castelo. Observei-o por alguns instantes. O Sol já despontava atrás deste. Suspirei e entrei, não encontrei Sanji em lugar algum então fui para meu quarto. Precisava pensar. Sentei-me na cama e mordendo uma unha ordenei ao meu cérebro que funcionasse.


Eu não posso matar Armand, eu o amo, mas se eu não matá-lo... Tenho medo do que Vladi possa fazer, ele é totalmente imprevissivel, acho que talvez seja isso que me fascina nele... Talvez seus olhos, seus músculos, seu beijo também não é nada mal... FOCO! O que a antiga Lane faria? A Lane com sede de vingança, a assassina fria que matava sem piedade. Ela esqueceria o coração e cumpriria a missão da qual foi encarregada. Não, ela nunca teria deixado chegar a este ponto, ela já teria feito o que foi paga pra fazer. O fato é que eu não sou mais essa Lane e espero nunca voltar a ser... O que eu faço então?

-Está se concentrando demais pequena Lane. -Sussurrou ela. Kara. Levantei-me pronta para uma luta.
-O que faz aqui? -Perguntei encarando-a. Ela estava parada na porta com um vestido negro leve e um olhar zombeteiro no rosto. Ela não deveria estar ali, estava de dia. Vampiros deveriam ficar escondidos durante o dia não é? Deveriam dormir.
-Nossa. Vim fazer uma pequena visita e é assim que me recebe? -Disse ela entrando no meu quarto sempre com aquele sorriso sínico.
-Você não deveria estar em um caixão em algum lugar? -Disse rispida. Ela riu.
-Como é inocente. O fato de não podermos andar no Sol não nos torna inúteis durante o dia. -Ela colocou a mão na luz que entrava pela minha janela e olhou a carne queimar por um momento antes de puxar a mão de volta e ver essa em perfeito estado de novo.
- O que você quer?! -Sibilei. Ela olhou-me como se eu fosse algum tipo de idiota.
-Vim lhe dar uma solução. Sei o que Vladimir quer que faça e sei que não quer fazer. então vou dizer o que deve ser feito. Você. Vai. Embora.
-Como? -Perguntei sem entender o que ela queria dizer.
-Isso não deveria ser tão difícil de aceitar, Lane. O seu passado é marcado por fulgas. Seus pais fugiram da França, da guerra, seu irmão fugiu do que provocou no Japão, você fugiu da morte na casa em chamas, fugiu de Vladimir, de mim e agora vai fugir de tudo. Pense bem Lane, é a solução perfeita. Nunca mais vai ter que se lembrar do passado, não vai precisar cumprir o que prometeu, não vai mais ficar dividida entre o ódio e o amor. Uma vida nova, Lane... Pense nisso. -Logo depois de ter dito isso ela se foi. Tão rápido quanto apareceu, me deixando tão sozinha quanto antes e agora eu tinha algo pra pensar. A proposta dela não era tão absurda. Se eu deixasse tudo isso as coisas ficariam bem de novo. Quanto mais eu pensava nisso mais a solução se tornava plausível... Exceto pelo fato de que teria que deixar tudo. Meu irmão, que matou meus pais... Vladi, que só se preocupava em destruir os inimigos... Armand, o vampiro mais gentil que já conheci. O homem por quem me apaixonei.

-// Kara's POV //-

- Não se preocupe, querido. Eu já cuidei de tudo por você. Como prometi naquela noite vou te ajudar enquanto for meu... -Disse abraçando Sanji por trás. Eu ainda lembrava de quão doce criança ele era, um prodígio, ainda me lembrava de como fiquei atrás dele observando-o enquanto matava a mãe e o pai, ateamos fogo na casa. Foi uma noite divertidissima! E alguns anos depois ele seria meu pra sempre, eu soube disso desde o momento que o vi treinar na mata e agora ele era meu.
-Tem certeza que devemos deixá-la partir? -Perguntou-me. Seus olhos tristes fitando-me intensamente. Sorri. Gostava desse olhar, o mesmo olhar da noite em que matou os pais.
-Sim. Vai ser melhor para todos quando ela não estiver mais aqui.
-Quer dizer que vai ser melhor para seu precioso Armand! Talvez seja melhor deixá-lo morrer. -Olhei-o.
-Não vamos discutir isso de novo. -Falei.
-Kara, sinto muito pela morte do seu tio, sei que não era o que queria, sei que foram os Teodore, mas os Lafayete não sabem, pensam que foi você. Não vão perdoá-la. Se quer o trono deve matá-lo.
-Já falamos sobre isso...
-Então deixe-a matá-lo se não vai fazer... Se ela não for forte o suficiente eu faço.
-Eu disse que já chega...
-Mas, Kara...
-Basta! -Esbravejei. Ele olhou-me em silencio e abaixou o olhar aceitando minha decisão. Aproxime-me e acariciei seu rosto. -Vamos continuar com o que estávamos fazendo OK? Deixe que eu cuido de Armand quando for a hora.

Ele não respondeu e eu beijei-lhe os labios, suas mãos envolveram minha cintura e as minhas prendiam seus cabelos, depois beijei-lhe o pescoço.
-Sim... -Ele sussurrou pra mim, sorri cravando minha presas em sua veia e degustando o delicioso sabor de seu sangue. Passamos o resto do dia aconchegados no subsolo da casa. As coisas dariam certo. Tudo como o planejado...
"Deixe-se envolver pela escuridão, deixei-se abraçar pelo ódio, 
não existe melhor companhia que a solidão."

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